Paraná vê queda no plantio de trigo em 2019

O plantio de trigo no Paraná, o maior produtor brasileiro do cereal, deverá cair 6% em 2019 na comparação com o ano passado, para 1,035 milhão de hectares, estimou na última quarta-feira (27) o Departamento de Economia Rural (Deral), com produtores pouco entusiasmados com a cultura e após o anúncio de uma cota livre de tarifa para o grão importado de fora do Mercosul.

Segundo o especialista em trigo do Deral, Carlos Hugo Godinho, o preço do trigo está começando a cair e o custo de produção manteve-se alto. Além disso, recentemente o Brasil anunciou uma cota sem a tarifa de importação de 10% para 750 mil toneladas do produto colhido fora do Mercosul.

Caso efetivada a cota, isso tenderia a aumentar a oferta no país, que já importa grandes quantidades da Argentina, que por sua vez colheu uma safra recorde na última temporada. “Não digo que (a cota) tenha tido uma influência direta (na intenção de plantio), mas o produtor via uma perspectiva de melhora de preço. Esse seria mais um fator para continuar baixo. São vários fatores…”, disse Godinho.

Apesar da queda na área, o Paraná ainda teria a chance de produzir mais neste ano, uma vez que a temporada passada foi atingida por adversidades climáticas. O Deral projeta uma produção de 3,3 milhões de toneladas, aumento de 18% ante 2018, com ganhos de produtividade. Assim, o Estado colheria cerca de metade da produção de trigo do Brasil.

Segundo o especialista, o preço de trigo no Paraná na comparação com o março do ano passado subiu mais de 30%, enquanto o custo aumentou 18%. “Então deveria ter pelo menos manutenção de área, então não é só isso, é a perspectiva de preço que está pesando na decisão”, disse Godinho, lembrando também que, em geral, produtores no Estado estão desestimulados em relação ao trigo, após dois anos de quebras por clima. “Pesa o histórico recente de duas quebras de safras, o preço teria que estar muito bom para ele plantar mais”

Segundo o especialista, o plantio de trigo deve começar no Estado ao final de abril, o que indica que o número atual pode mudar. Para o agrônomo do Deral, o único fator positivo para o trigo foi o reajuste recente para cima no preço mínimo do produto, parâmetro usado pelo governo para operações de apoio ao agricultor.

Fonte: Agrolink

Foto: Pixabay

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